Você faz a sua parte?

Salve, salve galerinha do bem!


Hoje quero falar sobre cada um fazer a sua parte.

Tenho observado que é comum ao ser humano esperar que tudo seja feito pelo "outro" deixando a responsabilidade de arregaçar as mangas e ir em busca daquilo que precisa muitas vezes é deixado em segundo, terceiro, quarto, plano. Muitos buscam ajuda em nossos terreiros em busca do milagre pronto, mas isso não existe.

Já ouvi filhos de santo reclamando que o Caboclo X não ajudou, que o Exu Y não deu o que foi pedido, que o Preto Velho Z não curou sua doença e por não terem suas vontades atendidas resolvem sair do Axé que os acolheu batendo a porta dos fundos, ignorando as pessoas que os acolheram quando mais precisaram e principalmente o Orixá que durante o tempo que segundo as conveniências deles os amparou.

Em qualquer área de nossas vidas é preciso que cada um faça a sua parte para que tudo dê certo. A vida é como uma complexa máquina que necessita que cada uma de suas engrenagens trabalhe em compasso para que essa realize seu trabalho. Não adianta ficar como na ilustração acima (extraída do Google Imagens) ficar olhando para o alto com as mãos abertas a espera de que o milagre caia em suas mãos é preciso ir em busca, de fato, quem faz os milagres somos nós mesmos.

Aos filhos de fé que tanto reclamam que não são atendidos, que não são ajudados, que fazem os trabalhos e rituais e não recebem aquilo que precisam, lhes pergunto.

Os banhos de ervas que seu dirigente lhe ensinou logo que você entrou para a corrente mediúnica. Você os faz antes de sair para os trabalhos? Saiba que o banho de ervas não é mais uma "regra" imposta pelo seu dirigente, há um porquê. O banho de ervas além de lhe descarregar de alguma negatividade presente em seu corpo espiritual lhe prepara para o trabalho mediúnico equilibrando suas energias para realizar um bom trabalho durante as giras. Existem vários tipos de banho que no momento certo seus mais velhos lhe ensinarão e você perceberá o poder de um banho de ervas.

E quanto a seus fios de contas ou guias? Você os trata com o devido amor e respeito? Os lava periodicamente com as ervas apropriadas? Guarda em local apropriado ou simplesmente os joga em uma gaveta qualquer quando chega dos trabalho? Durante os intervalos do trabalho ou quando vai ao banheiro você tira seus fios de conta do pescoço? É preciso atentar para isso fios de contas não são brinquedos. São elementos litúrgicos que recebem a imantação do Orixá ou da entidade a quem estão consagrados e, portanto, devem ser respeitados. Até mesmo as guias de Exu e Pombogira devem ser limpos periodicamente e também devem ser guardados de forma adequada em separado das demais guias, algumas pessoas costumam guardá-las envoltas em um pano negro ou vermelho.

Sua roupa branca está limpa e bem passada para os trabalhos? Devemos ter o mesmo cuidado e respeito que as pessoas tinham no passado com a roupa de ir à missa aos domingos. Costumava ser o melhor terno ou vestido caprichosamente limpos e passados. Se pararmos para pensar a missa do Umbandista é a gira! Então por quê ir à gira com a roupa branca amarelada e amassada? Não se esqueça que o templo ou espaço religioso não se restringe à edificação onde se encontra o terreiro fisicamente. Você é o templo vivo onde se manifestam seus Orixás e seus guias, portanto, não só o corpo físico e espiritual devem estar limpos mas suas roupas também! Crie o hábito de levar uma muda extra de roupa branca, pois muitas vezes enquanto estamos ajudando nos preparativos podemos nos sujar, assim não temos problemas para resolver às pressas.

E quanto a rezar, manter o padrão de pensamentos elevados, ter fé? É fundamental para que tudo que fazemos no campo religioso ter fé e fazer nossas preces aos Orixás ou entidades que estão atuando em nosso auxílio para que nosso Pai Criador possa entender nossas necessidades e nos dar segundo nosso merecimento, pois nem sempre aquilo que pensamos precisar de fato precisamos ou nem sempre aquilo que achamos merecer realmente o merecemos e ninguém melhor que Nzambi, Olorum, Olodumare, como queiram chamar, para saber se realmente precisamos e merecemos.

Talvez muitos não irão gostar desse texto que escrevo hoje. Esse texto é fruto das observações feitas pelas entidades que tenho a honra de trabalhar. E acredito que se tive a inspiração para escrever este texto é da vontade delas que esse tema venha à baila para discussão.

Meu abraço fraterno.


Pai Daniel
O Japa Umbandista.

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