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Canto de Liberdade

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Contam os antigos que no interior do estado de São Paulo nas grandes fazendas, onde verdejam imensos canaviais toda noite se ouvia o canto triste de um velho negro. Mesmo liberto esse velho negro insistia em permanecer nas terras da fazenda, onde diferentemente dos seus irmãos de raça e sangue, não ouvia mais o estalar dos chicotes e tampouco era vítma de agressões. Todas as noites dormia sobre alguns fardos amarrados por ele, feitos de palha da costa, que ficavam sempre junto à parede da senzala, sob a proteção do pequeno beiral que se projetava do telhado coberto por telhas rachadas e até mesmo quebradas. E assim todas as noites esse velho negro cantava uma melodia triste que nos momentos em que a fazenda se encontrava em silêncio era possível escutá-lo até mesni na casa grande. Certa vez a pequena sinházinha agitada pela energia natural de uma criança não conseguia dormir e escondido de sua ama seca abriu silenciosamente a grande janela de seu quarto e se debruçou sobre o parapeito