Respeito ou submissão?


Salve, salve Galerinha do Bem!!!

Certa vez uma pessoa que não conhece a cultura e tradição dos cultos afro-brasileiros me pediu para falar um pouco sobre a Umbanda. Em um primeiro momento fiquei feliz por ter a oportunidade de explicar para uma pessoa leiga um pouco sobre a Umbanda.

Com muito amor e respeito falei sobre nossos Orixás, Guias, Fios de Contas, Banhos, Defumações e alguns costumes como o ato de bater cabeça. Quando cheguei a esse assunto, do batimento de cabeça, a pessoa ficou assustada e me questionou o por quê de se deitar diante de uma pessoa e tocar o chão com a testa e pedir sua benção.

Depois que eu expliquei o porquê de bater cabeça ao nosso Dirigente Espiritual, ao Orixá e Guias de
nosso Dirigente e nossos próprios Orixás e Guias essa pessoa me perguntou por que somos tão submissos a uma pessoa ou divindades.

Naquele momento fiquei perplexo com a pergunta, pois para mim sempre esteve muito claro que o ato de bater cabeça é um sinal de respeito e reverência a algo que é muito sagrado e nunca me senti submisso aos Dirigentes que já me conduziram, pelo contrário sempre os respeitei de mais e ainda respeito, pois cada um marcou minha caminhada de alguma forma. 

Aos irmãos que estão iniciando quando batemos cabeça a um dirigente não é para a pessoa em si, mas para o Orixá e aos guias que sustentam a pessoa, porém se você ama e respeita seu dirigente você também o faz em respeito a ele também.

Como se vai bater cabeça cada casa, de acordo com sua cultura irá ensinar aos mais novos seus costumes, mas via de regra sempre se faz com a cabeça descoberta, pois nosso Dirigente espiritual sabe o que foi plantado e como foi plantado em nosso Ori assim como também conhece o nosso eledá.

Em algumas casas o rito de bater cabeça pode ocorrer antes do início dos trabalhos à medida que os filhos vão chegando, se trocam vão para a esteira coberta com um pano branco ou ou ponto da casa bordado e lá batem cabeça.

Outros terreiros realizam o batimento de cabeça durante a abertura da gira aí o rito pode variar bastante, pois não há uma receita de bolo cada casa faz conforme as orientações dos guias chefes da casa ou conforme o dirigente espiritual aprendeu e segue em sua casa.

Meu objetivo com este texto não é julgar o que cada dirigente faz em sua casa ou discutir se determinada forma está certa ou errada ou se um jeito é mais bonito que outro. O que desejo é mostrar e enfatizar a importância e a beleza do ato de bater cabeça nas religiões de matriz africana.



Meu abraço fraterno.



Pai Daniel
O Japa Umbandista

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