Caridade
Salve, salve, galerinha do bem!!!
Faz tempo que não posto nada aqui, não é?
Ultimamente meu ofício, sou professor em uma escola técnica estadual aqui em São Paulo, tem consumido meu tempo quase que integralmente me sobrando pouco tempo que divido entre o sagrado e a família.
Mas hoje, resolvi tirar alguns minutos no meu dia para escrever algumas linhas sobre um assunto que tenho pensado bastante a respeito que é a questão da gratuidade dos atendimentos na Umbanda.
Nesses meus quase 30 anos de Umbanda sempre ouvi que os trabalhos umbandistas DEVEM ser GRATUITOS, pois devemos DAR de GRAÇA o que DE GRAÇA RECEBEMOS.
Tenho alguns amigos de Candomblé e ouvi de um desses amigos algo que me fez refletir. Ele me disse que sim o atendimento nas giras públicas pode e deve ser caritativo, mas quando um assistido nos procura querendo um atendimento particular este atendimento pode e deve ser cobrado.
Num primeiro momento fiquei chocado com o que ouvi, e ele continuou dizendo: amigo tire a máscara de Madre Tereza e vamos ver a realidade. Para atender um consulente fora da gira você vai: em primeiro lugar disponibilizar o seu TEMPO, que não tem preço, para você abrir o terreiro para atender fora do dia de gira você vai ter um CUSTO! Vai gastar, água, luz, insumos para o atendimento, vai deslocar cambonos e médiuns que também vão gastar água e luz.
E eu parei para pensar e vi que ele tem razão, pois para meu exu atender ele vai querer seu bom marafo, seu bom charuto, sua boa vela, etc e nada disso é de graça.
Tudo isso me fez repensar minha forma de ver os atendimentos particulares no terreiro, sempre fui contra, mas parei para pensar as vezes o problema que uma pessoa tem pode ser constrangedor falar ao lado de desconhecidos durante uma gira pública, ou até mesmo a pessoa pode estar disposta a pagar por atenção exclusiva.
Hoje não me oponho mais a esse tipo de atendimento, mas me coloco na posição contra a extorsão, cobrar valores abusivos, apesar de que não posso colocar preço no trabalho alheio e muitas vezes o que é caro pra mim pode não ser para o outro.
O que eu tinha a dizer hoje é isso.
Meu abraço fraterno a todos.
Pai Japa Umbandista
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