Repeito entre o Povo de Santo

Salve, salve, Galerinha do bem!!!

Ontem navegando em uma rede social me deparei com um desabafo de uma Mam'etu (sacerdotisa do Candomblé de Angola) no qual ela falava de sua tristeza em relação à falta de respeito dos irmãos candomblecistas de outras nações que fazem pouco caso, zombam da Nação Angola.

No entanto esse fato não ocorre apenas nos cultos de nação (Candomblés), infelizmente, ocorre também na Umbanda, onde irmãos julgam outros irmãos acreditando serem donos da verdade única e suprema a cerca do que é a Umbanda.

Não podemos nos esquecer que o Candomblé é um culto de resistência à opressão do branco ocidental que privou o africano de sua liberdade e lhe impôs sua cultura e religiosidade, resistência a opressão cristã na qual vivemos atualmente, resistência à ditadura militar tempo em que muitos Babalorixás e Yalorixás foram perseguidos tendo muitas vezes seus terreiros construídos a custa de muito suor e trabalho destruídos como se nada fossem.

Devemos nos lembrar que a Umbanda é uma religião mestiça, pois abraça em si a pajelança, o espiritismo, o culto aos Orixás, o sincretismo católico, entre outras tantas correntes religiosas que tornam a Umbanda tão linda, rica e encantadora. Dessa forma não cabe a nenhum de nós umbandistas apontarmos o dedo para o irmão que toca seu trabalho de uma forma diferente daquela que aprendemos com nossos mais velhos, pois cada um vira sua panela com a colher de pau que recebeu.

Em relação ao Candomblé conheço muito pouco, mas pelo que sinto, pois amo o Candomblé assim como amo a Umbanda, não há nação melhor ou pior, apenas a nação para a qual cada yawô, muzenza, elegun, está predestinado. Uma vez que se nasce para Orixá, Nkice, Vodun, devemos respeitar a nação que nos acolheu e nos trouxe à vida de axé, devemos honrá-la, contudo, sem desrespeitar ou merecer outras nações.

Bem galera era isso que eu tinha a dizer por hora.

Um abraço fraterno.

Pai Daniel

O Japa Umbandista