Representação política para o podo do Axé


Salve, meus amigos e irmãos que acompanham minhas publicações em meu blog. Estive afastado por um bom tempo porque minhas atividades como professor têm consumido muito de meu tempo livre, consequentemente, me sobra pouco tempo para dedicar aqui para o blog.

Sei que muita gente diz que não se deve misturar política com religião mas tenho observado nos últimos anos a bancada evangélica, nas diversas egrégias casas legislativas do poder em nosso país, aumentarem cada vez mais e isso tem me preocupado.

Teoricamente Presidente da República, Deputados Federais, Senadores, Governadores, Prefeitos, Deputados Estaduais e Vereadores deveriam estar na política para zelar pelos interesses públicos e bem estar da população, pois se chegaram até lá foi com o voto popular e não por outro caminho. No entanto o que observamos diariamente é o mau uso do dinheiro público e casos e mais casos de corrupção.

Acho engraçado as tentativas do governo em criar novas soluções a fim de garantir a lisura do processo eleitoral até uma urna eletrônica foi criada e agora essa urna conta com um sistema de leitura biométrica da digital do eleitor para garantir a segurança do processo de votação evitando fraudes.

Ai me questiono. Do que adianta se preocupar tanto com a segurança no processo eleitoral se muitas vezes os verdadeiros bandidos estão lá dentro de terno e gravata, comendo caviar com champanhe, viajando ao exterior de avião em primeira classe enquanto a população sofre com desemprego, falta de condições mínimas de sobrevivência, fome etc?

Outro ponto que me preocupa é que a Constituição Federal diz que nosso país é laico, ou seja, desvinculado de dogmas religiosos e por ser assim a Lei deve contemplar a todos sem preconceito de raça, cor, credo, orientação sexual etc.

E não é isso que acontece. 

Observamos os evangélicos ocupando cada vez mais cadeiras nas Câmaras e no Senado e isso me deixa preocupado. Pois evidentemente esses políticos legislarão em prol de projetos que beneficiem sua comunidade tanto civil quanto religiosa. Sabemos que muitas denominações evangélicas, se não todas, demonizam as religiões de matriz afro-brasileira, e por ser assim dificilmente ou nunca votariam algum projeto que beneficie essa parcela da população.

Tenho observado a tentativa de alguns irmãos concorrendo nas eleições seja para vereador ou deputado estadual. Infelizmente nenhum deles foi eleito até hoje o que demonstra que somos um "irmãos" apenas quando nos encontramos nas ruas ou em eventos religiosos. Porque se fossemos irmãos na verdadeira concepção da palavra nos uniríamos para eleger pelo menos um representante.

Este ano para minha surpresa um candidato que se posicionou a favor das religiões Umbanda e Candomblé e também do Espiritismo teve uma expressiva votação alcançando 22.195 votos, faltaram poucos votos para conseguir ser eleito. Considero esse fato uma vitória e uma derrota ao mesmo tempo, pois se por um lado esse quadro demonstra que se para a próxima eleição houver mais Umbandistas e Candomblecistas irmanados nesse propósito poderemos alcançar o objetivo de ter um representante na Câmara dos Vereadores do Município de São Paulo, por outro lado foi um fracasso pois por mais quatro anos não teremos alguém lá dentro que possa defender nossos interesses enquanto cidadãos paulistanos.

Nós Sacerdotes e Sacerdotisas, Babalorixás e Yalorixás devemos orientar nossos filhos do ponto de vista político também, pois este esclarecimento lhes garantirá o direito de defender sua fé com orgulho e exigir o devido respeito que qualquer pessoa merece independente de qualquer pretexto.

Peço desculpas pelo texto em tom de desabafo com um assunto polêmico, denso e chato, mas na atualidade é preciso conversar sobre esses assuntos para que não corramos o risco de perder o direito a liberdade de culto e de crença em nossas cidades.

Meu abraço e saravá fraterno a todos.

DANIEL






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