Evolução da religião


 Salve, salve, galerinha do bem.

Faz tempo que não posto algum texto por aqui, não é?

O assunto que me traz aqui é um assunto delicado, que tenho visto com muita preocupação que é a questão da modernização da vivência e do aprendizado religiosos dentro da Umbanda.

É fato que de certa forma as religiões acompanham as transformações que a sociedade sofre com o passar do tempo e essa pandemia que estamos enfrentando é um exemplo disso. A tecnologia possibilitou que igrejas realizasses seus cultos ou missas de forma on-line.

Nesse aspecto o que me preocupa é ouvir comentários de entidades dando consulta pela internet. É preciso termos cuidado com certas coisas que fazemos no meio digital, pois nossa religião já é alvo de muito preconceito e críticas, muitas vezes até motivo de chacotas.

Lugar para entidade dar consultas, aconselhamentos é no terreiro nos dias de atendimentos públicos com as firmezas da casa devidamente preparadas, médiuns devidamente preparados para o trabalho, com todos os fundamentos preparados, aí sim, podemos proceder as manifestações mediúnicas.

É certo que um bom dirigente espiritual deve, necessariamente, ter sido um bom filho espiritual, que por sua vez passou por todas as etapas de aprendizado religioso junto a seu dirigente e mais velhos. Estudar é bom mas, hoje, vejo que o melhor aprendizado é aquele que acontece no terreiro, no dia-a-dia aprendendo na prática, vivenciando cada experiência.

Também é fato que algumas casas não ensinam seus mais novos que acabam ou aprendendo na marra ou "no tapa" ou muitas vezes ficam apenas copiando e repetindo os mais velhos sem saber o por que de cada coisa. 

Vejo com certa preocupação o crescimento dos cursos on-line de doutrina umbandista, pois o que muitas vezes serve para uma casa, não serve para outra. Sempre fui motivo de piada entre meus amigos umbandistas que são de escolas mais tradicionais, pois minha formação religiosa, em grande parte se deu na doutrina ensinada pelo finado Pai Rubens Saraceni, de quem li muitos livros e fiz alguns cursos.

A espiritualidade me direcionou para uma casa onde pude aprender outros fundamentos religiosos, que agregaram muito na minha forma de ver, entender e vivenciar a religião e hoje, mais do que nunca, entendo que filho de santo tem que aprender a religião no terreiro, que dever de dirigente espiritual é ensinar seus filhos de santo e é obrigação de filho de santo perguntar e desejar aprender.

Dito isso, meus irmãos, tomem cuidado com as formas que vocês buscam conhecimento para não acabar caindo em "modernidades" que não refletem necessariamente a nossa amada Umbanda.


Meu abraço fraterno a todos.

Pai Japa Umbandista

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