O Mar pede socorro



Salve, salve, Galerinha do Bem!!!


Já faz algum tempo que não escrevo um texto aqui para o blog e infelizmente o que me traz aqui para escrever é algo muito triste, o vazamento de óleo cru (petróleo) no litoral do Nordeste Brasileiro. É triste ver as lindas praias do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia atingidas pela mancha de óleo.

Sabemos que nos Umbandistas e Candomblecistas temos o privilégio de poder cultuar nossas divindades em templos que homem nenhum, até hoje, foi capaz de construir, que é a Natureza. Oxossi se manifesta nas Matas, Oxum nas cachoeiras, Xangô nas pedras, montanhas e pedreiras e Yemanjá nos mares.

É triste ver a natureza dia após dia definhando por conta da ganância e ignorância do homem. Sabem o que é pior? O próprio homem que se diz ser racional, pensante, dotado de inteligência e raciocínio privilegiado, é o maior prejudicado por sua ganância e soberba desmedidas.

Nas décadas de 80 e 90 a grande discussão era sobre a camada de ozônio, que reveste o planeta nos protegendo dos efeitos nocivos dos raios UVA e UVB, pouco se fez no sentido de diminuir as agressões a esse valioso escudo natural. A mídia não divulga mas certamente os índices de câncer de pele devem estar aumentando! Basta sair ao sol no horário entre 11h00 da manhã e 15h00 da tarde e ver como o sol está agressivo.

Se aproximam os festejos de Yemanjá, que muitos terreiros realizam por volta do dia 08 de dezembro, quando vão às praias louvar e oferendar essa grande Mãe que muito nos abençoa ao longo do ano, no entanto, o que me entristece muito é ver o estado como fica a orla marítima quando os terreiros se retiram da faixa de areia e retornam para seus lares, deixando seu rastro de lixo.

Também me preocupa ver meus irmãos Umbandistas levando ao mar seus barquinhos de isopor repletos de bijuterias, pentes de plástico, espelhos e lançando-os ao mar. Não temo necessariamente pela sua segurança, pois imagino que aqueles que se lançam ao mar para fazer a entrega sabem nadar, mas temo pela poluição que esses barquinhos provocam no mar.

Sabemos que o isopor e o plástico demoram centenas de anos para se degradar no meio ambiente e muitas vezes animais marinhos confundem o plástico e o isopor com alimento e acabam morrendo pela ingestão desses materiais. É necessário mudar a mentalidade do Umbandista, é preciso entender que a oferenda maior e mais bonita é, sempre foi, e sempre será o seu coração.

Já passou da hora do homem parar para avaliar o alcance de sua destruição e o quanto está se prejudicando com a política do lucro a qualquer custo ou do custe o que custar.

Fica aqui meu desabafo.


Um abraço fraterno


Pai Daniel 
O Japa Umbandista

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