Por um Estado Laico



Em um país como o Brasil é inconcebível haver intolerância religiosa. O Brasil é um país mestiço por natureza, composto por diversos povos e culturas, um povo alegre e vibrante assim como suas terras.

Como conceber que a religião interfira nos interesses da nação? A Constituição Nacional declara de forma inequívoca que nosso país é um Estado Soberano e Laico, por tanto, sem vínculo religioso com religião A, B, C ou D.

Dia após dia vemos os interesses religiosos sobrepujando o direito inalienável da liverdade de culto e credo. Em alguns locais a perseguição aos cultos de matris afro-ameríndia é público e notório. E muitos de nós Umbandistas e Candomblecistas nos calamos frente a isso.

Até quando?

Recentemente a Presidente do Brasil a Exclentíssima Senhora Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.644 de 16/maio/2012 que institui o Dia Nacional da Umbanda no dia 15 de novembro. Iniciativa valorosa da Presidente da República no sentido de mostrar ao Brasil que o caminho é a tolerância e o respeito mútuo entre as pessoas.

Não consigo compreender porque a egrégia Câmara dos Vereadores do Município de São Vicente insiste em vetar a instalação da imagem de Mãe Yemanjá doada ao Munícipio pela Imagens Bahia e instituições que lutam pelos interesses da comunidade Umbandista e Candomblecista.

Se a representante máxima da nação, nossa Presidente da República, dá o exemplo porque não seguir esse exemplo. Aprovar a instalação da imagem não implica se tornar umbandista ou candomblecista, o que não é demérito, mas sim mostrar que todos estamos unidos com um único objetivo que é amar a Deus sobre todas as causas.

Todas as religiões tem como objetivo a ligação com Deus Pai Criador de tudo e de todos o que difere uma das outras é a forma de se chagar até Ele e a forma como O chamamos. Alguns chamam de Zambi, Olorum, Olodumare, Tupã, Deus, Javé, Alah, etc... só mudam o nome mas a essência continua a mesma, amor.

Jesus, o maior religioso que já existiu, e que muitos dizem amar foi talvez o mais compreensivo e tolerante com as diferenças. Pelo que já estudei ele sempre pregou o amor ao próximo, sempre respeitou as limitações das pessoas. 

Diante disso não entendo porque as pessoas insistem em querer bater no peito e dizer que sua religião é melhor que a do outro ou que a salvação está nessa ou naquela religião se perante Deus somos todos iguais.

Volta e meia recebo comentários sobre os textos que publico aqui em meu blog de pessoas que se julgam no direito de dizer que eu estou no caminho religioso errado, que a minha religião "não é de Deus" entre outros absurdos.

Será que essas pessoas não percebem que me assiste o direito de ter a crença que me fala ao coração? Será que nunca passou pela cabeça dessas mesmas pessoas que as pessoas que conversam com as entidades que me acompanham saem com o coração confortado e quando é do merecimento alcançam graças e curas assim como em outras tantas religiões?

Fica meu desabafo e convite a reflexão.

Abraço fraterno.

D A N I E L


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